Uma retrospectiva - Primeiros Passos

Quando comecei a me embrenhar no hobby de Wargaming em 2007/2008 eu já tinha algum passado com miniaturismo - ou no mínimo com o conceito dele. Não apenas cresci sendo guiado por um pai ferreomodelista, como eu já havia trilhado nos jogos de estratégia de miniaturas colecionáveis como Mage Knight (já quase desaparecendo) e D&D Miniatures (cuja onda eu surfei em sua crista - nas últimas expansões da Edição Original).

(A trilha sonora do momento é Thangorodrim - Prologue (2020) )

Comecei mesmo com o Starter Set da coleção Aberrations, ou seja, o segundo Starter Set do jogo. Esse ainda é um dos meus favoritos, e gosto muito também da sua Edição Revisada (2.0). D&D  Miniatures (DDM) ainda é mantido pela comunidade através da DDM Guild, em cuja página interessados podem baixar regras, cartas com estatísticas para suas figuras, e mais! 

https://ddmguild.org/ (No momento dessa postagem a página foi hackeada, mas a discussçao continua no discord até o página ser recuperada)

Van Richten enfrenta e destrói um Dracolich usando seu feitiço de cura Heal, causando 100 pontos de dano no morto-vivo ao saturá-lo de energia positiva!

Mas antes disso tenho claras memórias de, ainda criança, um amigo com acesso a internet me mostrou o site da GW Portugal, aonde um battle report narrativo cativou nossa imaginação. Tratava-se de uma batalha para iniciantes, descrevendo o sistema Warhammer Fantasy Battles através do conteúdo da caixa básica para 6ª edição daquele sistema, incluindo diagramas com o posicionamento das unidades e terrenos, assim como uma pequena narrativa descrevendo os atos heróicos dos personagens envolvidos.

E mais do que isso! Em nosso ímpeto juvenil inicial, nós vasculhamos o site da GW Portugal, baixando e imprimindo as imagens dos regimentos de WFB que achamos mais legais para travar batalhas imaginárias, sem qualquer sistema. Afinal, era o Brasil dos anos 2000, aonde o acesso à miniaturas para wargames era muito mais restrito do que hoje. Nem eu nem meu amigo sabíamos que se tratava de um 'jogo', com regras e dados. Esse mesmo amigo eventualmente arranjaria um livro de Dungeons & Dragons, mas naquele momento mesmo a experiência do RPG era algo diáfano.

Infelizmente o site, que havia sido mantido pela Wayback Machine, desapareceu novamente no tempo. Se encontrar um link reparado, postarei aqui.

Eu nunca tive essa caixa inicial, começando propriamente a jogar Warhammer Fantasy Battles muitos anos mais tarde, com a caixa da 7ª edição - The Battle for Skull Pass. Uma caixa excelente, mas que não havia cativado minha imaginação da maneira - e cujos componentes minha criatividade febril converteu em muitas outras coisas que não Anões e Goblins-da-Noite, os exércitos que compunham as forças daquela caixa! 

Alguns anos mais tarde, numa livraria em São José dos Campos - SP eu encontraria uma caixa do jogo LOTR SBG - traduzida para português como O Senhor dos Anéis, Cenários de Batalhas para Miniaturas pela Comic Store; wargame lançado na esteira do primeiro filme, A Sociedade do Anel. Como um jovem 'nerd' já trilhando o Silmarillion (o li antes do Hobbit ou do Senhor dos Anéis) e afundado definitivamente no gênero fantástico, fiz de tudo para arranjar aquela caixa e ainda a tenho hoje, guardada com carinho, ainda que tenha me desfeito de seus componentes através dos anos. Minhas primeiras figuras que pintei foram aqueles goblins de moria!

Essas caixas ainda podem ser encontradas em sebos e vendedores no MercadoLivre.

Espectros-do-Anel Crepusculares (Twilight Ringwraiths), pintados por mim nesse ano.

Radagast o Castanho, em sua interpretação original pela Games Workshop. A figura também faz um excelente druida.

Apenas tempos depois a comunidade curitibana começou a se organizar no grupo de amigos e entusiastas do hobby que hoje conhecemos como Tropas Polares - Associação Curitibana de Miniaturismo e Jogos de Tabuleiro https://www.facebook.com/tropaspolares ; grupo do qual faço parte e página que ajudo a administrar pessoalmente. Na época o amigo Daniel Lira, com o qual já havia jogado DDM algumas vezes, mantinha um blog chamado 'GW Curitiba', e tocara alguns eventos juntos da Itiban Comic Store.

Embora não fossemos os primeiros hobbistas em Curitiba, a iniciativa do Tropas Polares (inclusive o nome do grupo) surgiram nesse momento entre os participantes desse pequeno grupo que competia por espaço na Itiban com os torneiros de cardgames. 

Bem, parece o suficiente para discutir de maneira breve dos meus primeiros contatos com o Hobby até a fase atual. :)

Obrigado pela leitura! É, afinal de contas, um relato íntimo de como fui desvendando o miniaturismo, sempre cativo das narrativas de cada um desses pequenos sistemas. Afinal, boas miniaturas, sejam fantásticas ou históricas, contam em si uma história. Todas as figuras na postagem são de minha coleção pessoal.

P.S.: Agradeço ao Caco por avisar de um problema com o host de imagens, fotos consertadas.